Los Cronopios nunca mueren

Un texto de Cortázar titulado: “Burla burlando, ya van seis delante”, dice así: Más allá de los cincuenta años empezamos a morirnos poco a poco en otras muertes. Los grandes magos, los chamanes de la juventud, parten sucesivamente. Llega el día -cada cual tendrá sus sombras queridas, sus grandes intercesores- en que el primero de ellos invade horriblemente los diarios y la radio. Tal vez tardaremos en darnos cuenta de que también nuestra muerte ha empezado ese día. Aquellos creadores cuyos nombres siguen enseguida, son mis sombras queridas, mis grandes intercesores. No son necesariamente los más grandes de una determinada época. Son aquellos que, cuando leí la noticia de su muerte en los diarios, me sentí, como Cortázar, un poco menos vivo.

  • Horacio Ferrer
  • Augusto Roa Bastos
  • Rafael Alberti
  • Adolfo Bioy Casares
  • Antonio Agri
  • Akira Kurosawa
  • Narciso Yepes
  • Pablo Picasso
  • Marc Chagall
  • Vinicius de Moraes
  • Alfredo Zitarrosa
  • Juan Carlos Onetti
  • Jorge Luis Borges
  • Julio Cortazar
  • Andrés Segovia
  • Osvaldo Pugliese
  • Pablo Neruda
  • Astor Piazzolla

Partir, es morir un poco: Homenaje a Brasil

Esto fue escrito el último día de los tres años que viví en esa hermosa, fraternal e inolvidable tierra que es el suelo de Brasil

Decenas de trilhas no mato, inúmeros picos subidos de Roraima a Paraná, do Río de Janeiro ao Mato Grosso. Quilômetros e quilômetros de praias isoladas atravessadas a pé, algumas das mais maravilhosas ilhas que o mundo tem para oferecer (Grande, Bela, Anchietta, Noronha), uma turma de amigos pequena mas muito solida e espero duradoura. Quilogramas e quilogramas das mas exóticas frutas tropicais, algumas inesquecíveis pingas mineiras experimentadas numa longa noite na Serra da Canastra. O sabor inigualável de um PF de tres reais no litoral logo de descer a serra a pé pelo mato.
A inacreditável Ouro Preto, as areias de Morro de São Paulo, a largura do Amazonas, o nascer do sol no Pico da Bandeira, a por de sol na praia de Maresias, o visual desde a Pedra do Baú. Um povo que teve a gentileza de perdoar meus erros de português e abrir as suas almas e suas casas pedindo nada e perguntando ainda menos, um caipira que me convidou a compartilhar o seu almoço no Saco da Banana me vindo chegar faminto pelo mato, um rio de Roraima onde quase afundo (alguém jogou uma corda justo a tempo). O cafezinho com alguns de vocês no boteco da Verbo Divino depois do almoço.
O rosto do policia civil que me devolveu um envelope com todos os documentos de toda a minha família e todos os cartões e 900 U$S que perdi no primeiríssimo dia que cheguei pela primeira vez a Guarulhos, os corpos suados dos dois trabalhadores que ajudaram a minha mulher quando o seu carro ficou parado no meio da Aírton Senna, o menino de rua que “perseguiu” meu filho para lhe retornar os cheques, documentos do carro e algum dinheiro que tinha deixado cair na areia da Barra de Tijuca. Os fins de semana do verão no litoral, os de inverno em Campos o Monte Verde.
O Parque Ibirapuera quase deserto os sábados e domingos a 7.30 da manha quando ia treinar, uma garça que se para num pau no meio do lago do parque pareceria que a me ver correr. O suco de cana nas rodovias do interior, os ipês florescidos. A impossibilidade de pronunciar a diferença entre grandfather e grandmather. Uma cachoeira de 80 metros quase desconhecida a apenas três quilômetros de Cubatão. O pão de queijo, o chá de cidreira e a caipirinha como ela é feita no baixo Leblon. O mouse de maracujá, o suco de cupuaçu. A tristeza da morte do LEM, a alegria das derrotas do Maluf. Uma descida em assa delta desde o Morro da Gavea (no Rio), o Pelourinho antes e depois da reconstrução. As caminhadas pela Serra do Mar, os acampamentos na Serra da Bocaina. A tristeza da derrota em Paris. A emoção da primeira vez que, desde o alto da serra, vi o litoral. A emoção de última vez que jantei com meus colegas de trilha.
Uma São Silvestre que não imaginei poderia completar, duas maratonas (Curitiba e São Paulo), uma meia maratona na orla do Rio. Três visitas ao Rio, a cidade que sempre achei e continuo achando, a mais bonita do mundo. As fotografias do Araquém Alcantara, (me levo três de seus livros, um deles dedicado) os profetas de Aleijadinho (me levo uma copia de 70 cms de cumprimento de um deles), a música do Caetano (me levo todos os seus CDs). A mágica voz do Ney, (assisti a seu último recital três vezes), a habilidade manual dos homens simples (me levo uma canoa talhada em só uma peça de madeira) um recital “privado” da Gal. Um cachorro viralata, as matérias dominicais do Daniel Piza, um livro de contos da Clarise e um outro de poemas do Vinicius, os editoriais do Estadão, um cavalo branco que montei em Toque Toque Grande.
E, claro, um conjunto de profissionais -vocês- que me ensinaram tanta coisa, que agora conheço o tamanho da minha ignorância.
As lembranças de dois anos, 10 meses e três semanas no inesgotável -e inesquecível- universo brasileiro. As muitas caras da cara do meu Brasil.
Espero que o año 2001, traga para vocês todos a realização de um sonho. Sim, só de um, sino o que a gente deixa para o 2002.

1 comentario:

Anónimo dijo...

Me conmueven sus palabras.
Le robé un gráfico.
Hago mi mea culpa.

Sarava!